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27 de jun. de 2014

De e por todas as minhas melancolias: Em meio a "des"

Mergulhando em poças de desprezo, descaso, desinteresse e desapego. Me cospem as dúvidas e acertam em cheio o meu prato, mesmo às cegas.
Dessas descobertas, me desmembro e te desminto. E mais irônico do que muito piada-poema, eu não me desapego, apenas me desequilibro.
Desatino a um desespero desmedido, tudo devido a um desamor, um desmaio por desavenças.
Faço e desfaço de desfeitas já feitas, só para descalçar essa sua "teoria de amor" que me leva a auto-destruição.
Desça desse teu pedestal, vamos parar de jogar com figuras de linguagem, porque em meio a tantos "des", ainda me pego em outro mundo, prendendo e perdendo a respiração, num destratar de tratos que ainda despreocupam- me, tais, então, desnecessários atos.

21 de jun. de 2014

Desconfigurado.

Já tive vários problemas em tentar configurar um celular, mas parecia que o manual não tinha sido escrito em qualquer língua que eu pudesse entender. Não conheço situação melhor pra explicar o que se passa. Pior ainda, nem sei o que se passa. Tento me convencer de que isso tudo seja só uma fase, mas o procedimento está com certas falhas.
Essa contínua reflexão interior e, pode-se dizer que, eterno voto de silêncio em relação aos meus sentimentos tem sido purificador e, ao mesmo tempo, angustiante.
Não sei se isso se trata de uma necessidade de ser escutada, ou necessidade de falar. Há diferença entre os dois, por mais difícil que seja acreditar. Tudo fica mais fácil quando se trata de papel e caneta, ou teclado e dedos. Os dois são fieis e trazem efeitos como reflexão, resolver sozinho é melhor, sempre. Não é possivel observar pela mesma perspectiva, quando se trata de alguém de fora, mesmo que o conheça há tempos.
Tenho certeza que não são os pensamentos que me sufocam, mas as necessidades que todos têm de querer analisá-los ou expô-los.


19 de mar. de 2014

Tic tac

E o tempo passa, tic tac. É engraçado como eu não consigo ouvir mais nada, além do meu coração soprando sussurros de alguém que sofre em silêncio. Vista embaçada, ouvidos abafados, respiração acelerada, sem a presença da voz, lágrimas? Confere! E foi assim que começou a dor de amor, ou será que foi a dor de amar, amar e não ser correspondido, amar e ser correspondido, mas não saber amar?
Tic tac. O tempo passou. O tempo ainda passa. Mas não passou aquilo que o tempo deveria ter levado. Desabo em minha própria construção de pau e pedra. Quis assim, castelinho de areia era muito clichê. A minha própria construção de pau e pedra me derrubou, mas eu cai em cima dela. Minha própria construção de pau e pedra me machucou.
Para aprender a andar de bicicleta, é preciso ralar o joelho. O mesmo acontece no amor. Para se amar, precisamos de cicatrizes, assim daremos valor ao próximo amor. Mesmo assim, amar e desistir não são palavras que cabem numa mesma frase. E mesmo assim, desistem do amor, de amar, de ser amado.
Vamos patrocinar a dor. Vamos patrocinar o cansaço e a espera. Vamos patrocinar o nada, o silêncio que te afoga durante a noite em teu próprio pensamento. Que te leva a loucura, que te extasia, que te paralisa e que ali fica.
Tic tac, tic tac. Eu escuto meu relógio na beirada da cômoda. Eu procuro paz. Eu me esqueço da realidade. Eu sou a realidade. O que é a realidade? O que sou eu? O que devo ser? Quem é você?
Perguntas, tic tac. Mais perguntas, menos "tic tac". Mais respostas, menos perguntas, menos tic tac. Menos de você em mim. Eu sou você. Você não sou eu. O que é, pode ser, mas o que pode ser, não é.
Retórica complexa: vida. Eu. Você. Pior ainda? Nós. Um texto sem pé nem cabeça. Nós. Uma música sem refrão. Nós. Um mistério sem solução. Nós. Um quebra-cabeça sem peças. Nós. O que somos? Não somos nada. Somos tudo. Somos um flash no escuro. Que, do nada, ilumina tudo, mas que dura apenas alguns segundos. Somos o chão que pisamos. O mesmo chão que nos faz tropeçar é aquele que nos segura. O que se pode fazer com um círculo e um quadrado? Eles não se encaixam. Eles não se completam. Assim sou eu e você. Água e óleo. Não se misturam. Não se completam, não se equilibram. Apenas dois componentes, num mesmo pote, sob o mesmo efeito, sem nenhuma reação.